Em 1720, o padre Laval fez, no "Observatório Astronómico do Funchal", as primeiras observações astronómicas em Portugal em contexto de observatório. Até recentemente, quase todas as atividades astronómicas na Madeira foram conduzidas por investigadores estrangeiros. A história é dividida em três grandes períodos. i) Período "clássico", desde os Descobrimentos até ao início do século xx (com destaque para De Bory, Green e Piazzi Smyth). ii) Anos 70 do século xx, quando a palavra­?chave era o seeing (turbulência atmosférica), pois procuravam­?se os melhores locais do mundo para a instalação do Northern Hemisphere Observatory (NHO), estando a Madeira entre estes (Encumeada Alta); destacaram­?se Merle Walker, Bennet McInnes e as equipas de observação britânicas (tendo falecido um dos seus elementos em serviço na ilha). iii) Novo milénio, quando a Astronomia na Madeira teve várias premières: primeiro doutorado, grupo de investigação, biblioteca, licenciatura e o explosivo Ano Internacional da Astronomia 2009; houve, ainda, oportunidade de refazer medições do seeing (2008­?09) e de três dos observadores britânicos dos anos 1970 regressarem à ilha!


Sobre o Autor

Pedro Augusto completou o ensino secundário na Escola Secundária de Rodrigues de Freitas (antigo Liceu D. Manuel II, no Porto) com média de 20 valores, mas nem lhe passou pela cabeça ingressar em Medicina, tendo antes cursado a sua paixão de infância: Astronomia. Concluída a licenciatura, ingressou num doutoramento de três anos em Radioastronomia na Universidade de Manchester, Inglaterra, no mítico rádio­?observatório de Jodrell Bank. Regressado a Portugal, após uma breve passagem pelo Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, demandou à Universidade da Madeira na primeira oportunidade que surgiu. Durante os 14 anos que por lá andou, publicou quatro dezenas de artigos em revistas internacionais, fundou um Grupo de Astronomia, um Laboratório de Astronomia e Instrumentação e uma licenciatura pré­?Bolonha em Engenharia de Instrumentação e Eletrónica (ramo de Astronomia) que graduou três alunos. Organizou centenas de encontros anuais, exposições, palestras públicas, sessões de observação astronómica e hands­?on laboratoriais. Formou centenas de docentes do ensino básico e secundário. É agora assessor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, tendo regressado à sua cidade. Participa (ou participou) também em atividades "não astronómicas": clubes e associações da Natureza, pedestrianismo, futebol de salão, xadrez, coros, tunas e até numa banda de rock.